segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Valorização do indivíduo e storytelling - Histórias reais em exposição no Museu da Pessoa

Começa-se este post com uma pergunta: quem, em toda a sua vida, já contou alguma história para alguém? Seja esta verdadeira ou não, a cada momento do dia, milhões de histórias, famosas ou anônimas, felizes ou tristes, sonhadoras ou pessimistas, se constróem e reconstróem, e são repassadas aos públicos de várias maneiras.

Este ato de contar histórias, na comunicação, tem um nome específico: o storytelling, tema de variados artigos e dissertações, como a de Juliana dos Santos Padilha que, para obter o título de Mestre em Comunicação pela UNESP Bauru, escreveu a dissertação Storytelling do Blog Me Leva Brasil: Desdobramento de Conteúdo Midiático da TV, Interação com o Telespectador e Propaganda, em que ela relata, no começo, o conceito de storytelling (2010, p. 30) que será utilizado neste post:

"Storytelling é o ato de contar histórias como tradicionalmente é conhecido. Até há pouco tempo, um indivíduo narrador contava, com suas palavras e gestos, uma certa história para uma ou mais pessoas, em geral presentes no ato de produção da narrativa. A narrativa podia se dar de forma natural ou ensaiada. Atualmente, essa prática vem sendo resgatada em escolas, universidades e associações de contadores de histórias."

E esta prática do "contar histórias" é muito importante quando se pensa no ato de resgatar a memória, não só organizacional, mas pessoal também, pois há a valorização daquelas histórias que talvez não foram taxadas de importantes pela mídia, mas que relatam passagens importantes da história brasileira com um olhar diferenciado. Há uma expressão popular famosa que diz: "minha vida daria um filme/um livro". E se a história de vida de muitas pessoas pudesse ser exposta num museu, assim como as obras de arte mais famosas dos mais renomados artistas?

Esta é a intenção do projeto Museu da Pessoa, criado em 1991 na cidade de São Paulo, que possui, como missão, a valorização da história de cada indivíduo por toda a sociedade. Uma equipe de 22 colaboradores e 5 voluntários contribui para o êxito deste museu on-line, que desenvolve três programas de comunicação: Conte Sua História (responsável pela política de captação do acervo do Museu - qualquer pessoa tem a oportunidade de contar a sua história de vida), Memória Institucional (preservação, organização e divulgação da memória das instituições brasileiras de qualquer natureza) e Formação (capacitação de educadores, mediadores de diferentes instituições e integrantes do Museu da Pessoa para o desenvolvimento e implantação de projetos e ações de registro, preservação e divulgação da memória).

Entrando na era digital, o Museu está também na rede de microblogs Twitter, incentivando seus seguidores a participar de seus projetos, seja patrocinando um deles ou escrevendo suas histórias, além de trazer frases para reflexão, histórias em destaque, artigos sobre a instituição e sobre storytelling, promoção de eventos, entre outras ações.

No canal do projeto no Youtube, pode-se encontrar várias histórias de pessoas comuns e o vídeo promocional para as comemorações do Dia Internacional de Histórias de Vida, comemorado no dia 16 de maio. Entre os vários projetos realizados pelo Museu, houve o Memórias da Literatura Infantil e Juvenil, em que escritores, ilustradores, críticos literários e editores contaram algumas histórias de suas vidas. O vídeo a seguir mostra um depoimento do autor Pedro Bandeira ao Museu da Pessoa.



P.S.: Lembram-se do concurso cultural "Para Doar é só Falar", analisado neste blog? Pois é, há um vídeo de quatro amigos meus da UNESP que está concorrendo! O projeto deles chama-se Complete Vidas e o vídeo concorrente do concurso já esta no site! Vale a pena ver e, se quiser, votar, pois ficou muito expressivo e mostra realmente a arte de contar, mesmo que resumidamente, as histórias de famosos e anônimos que doaram a sua vida para os outros.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Media training no futebol e posicionamento perante o público - Scolari e Joel Santana

A maioria das empresas sabem que uma comunicação eficiente e justa com a imprensa é essencial para que haja a consolidação de sua imagem no mercado. Por sua vez, se algum deslize for cometido, a reputação pode ser manchada, e isto leva anos para se recuperar totalmente. Uma saída para esses momentos é, ao mesmo tempo, a mais fácil e a mais difícil: falar abertamente com a imprensa, como mostra Cecília Helena Toledo Vieira no artigo Aspectos Éticos da Comunicação Organizacional: as Relações entre a Cultura e o Poder nas Organizações (2003, p. 82):

"Falar com jornalistas tornou-se um lucrativo negócio para muitos empresários e executivos. Para alguns, conquistar essa relação e mantê-la tornou-se uma questão de sobrevivência. Seja qual for o perfil da empresa, ela aprendeu que atender ao jornalista, ainda que muitas vezes ele cometa injustiças e tenha atitudes antiéticas em sua profissão, é mais sensato do que fechar as portas à imprensa. (...)
Como a imprensa é seletiva, ela escolhe o que é notícia. Mesmo assim, há organizações, na figura de seus executivos, que mantêm políticas e posturas ostensivas aos jornalistas."

Como um exemplo desta situação nas organizações, no Campeonato Brasileiro de futebol do ano de 2010, dois treinadores se destacam por terem comportamentos distintos em relação ao tratamento dado à imprensa especializada: o técnico do Palmeiras Luis Felipe Scolari e o do Botafogo Joel Santana.

O técnico do Palmeiras cometeu um erro de relacionamento com a imprensa na terça-feira (23 de novembro), ao ser ríspido em comentar uma possível "entrega" do jogo contra o Fluminense para não beneficiar o Corinthians, principal rival futebolístico do time, na luta pelo título. O Palmeiras há algumas rodadas jogava com um time reserva, preservando os titulares para a semifinal da Copa Sul-Americana contra o Goiás, jogo realizado na quarta-feira seguinte.



Já o técnico do Botafogo é completamente o oposto: sempre com muita simpatia e paciência, Joel responde a todas as perguntas com clareza e sem perder o bom humor. Até mesmo nas questões mais complicadas ou embaraçosas, ele não perde a paciência e, quando ele não pode ou não quer responder, sempre busca uma maneira de escapar das respostas, sem ofender os jornalistas, como pode se ver no vídeo a seguir, de novembro de 2010.



No vídeo, questionado se ficaria no time do Botafogo ano que vem, Joel promoveu uma metáfora, ao comparar o segredo que se faz acerca do final de um filme à situação dele como treinador, causando risos e esclarecendo, ao mesmo tempo, a pergunta do jornalista. E ainda lamentou o fato de ainda não estar tranquilo no campeonato, pois não poderia tomar um sorvete de morango com flocos, expressão aproveitada no fim da matéria com uma ilustração e com um trecho da música "Baby", de Caetano Veloso, apropriada para o contexto.

A conclusão a que se pode chegar com esses dois exemplos é que, assim como nos times de futebol, a pessoa responsável pela linha de frente de uma empresa precisa saber dosar suas palavras em meio a momentos constrangedores ou de crise e que os profissionais que conseguem ter este jogo de cintura acabam recompensados com o prestígio dos torcedores e a tranquilidade da imprensa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As particularidades na visão global - Discurso publicitário da Coca Cola ao redor do mundo

A publicidade e a propaganda, há muito tempo, são armas importantes para que as empresas possam divulgar seus produtos/conceitos/ideias para, assim, conquistar novos clientes e fidelizar os já consumidores. Quando há a divulgação de uma marca em vários países do mundo, é necessário tomar cuidado para que, mesmo com a atribuição de um discurso global padronizado para a comunicação da empresa, sempre haja uma característica particular do país em que se veicula o comercial.

Essa ideia é desenvolvida pela diretora de Assuntos Corporativos e Imprensa da Volkswagen do Brasil Junia Nogueira de Sá no artigo A comunicação no Grupo Volkswagen (2005, p. 75-83)*, partindo da descrição dos encontros entre os comunicadores das suas diversas empresas ao redor do mundo, em que são trocadas ideias, pautas, cartões e contatos. Vale ressaltar, ainda com base nesse artigo, que o Grupo Volskwagen atua em mais de 150 países e tem, como um de seus objeitvos, valorizar as particularidades de cada local.

"(...) Agimos localmente, com independência, mas nunca desalinhadamente, o que torna a comunicação mais eficiente, eficaz e acertada, destinada a cada público em particular e, ainda assim, coerente com os objetivos corporativos." (Idem, ibidem, p. 77).


Um outro exemplo de como o discurso publicitário pode ajudar a, ao mesmo tempo, definir padrões globais e mostrar particularidades locais está presente nas propagandas da Coca Cola. Esta grande organização está presente em mais de 200 países e responde por mais de 400 marcas de bebidas sem álccol. Com essa abrangência, é necessário que se tenha um padrão global de comunicação, mas sempre ressaltando as particularidades de cada país.

Várias propagandas podem ser vistas com essa "pitada" local, como um comercial japonês que teve os personagens do Final Fantasy, com a agitação e a música típicas dos animês japoneses.



Outro comercial muito ligado com o contexto local foi feito em Portugal, em homenagem ao time de futebol nacional pelas campanhas na Eurocopa de 2004 e na Copa da Alemanha de 2006, reforçando a fidelidade entre a empresa e o país.




Há alguns comerciais, entretanto, que seguem um padrão global, como as campanhas de Natal deste ano no Brasil, em Portugal e na versão americana. Mas isto não tira a importância de se manter um discurso empresarial padrão para que a organização e os seus valores sejam reconhecidas em todo o mundo, em sintonia com a valorização das particularidades locais para que o público-alvo de cada país se identifique com a empresa.

*In:  NASSAR, Paulo (org). Comunicação Empresarial: estratégia de organizações vencedoras. Vol. 2. São Paulo, Aberje Editorial, 2005.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dia Latinoamericano de Valorização das Relações Públicas - Por que?

Este post começa com uma pergunta: o que é valorizar? Segundo o dicionário Houssais em sua versão online, esta palavra possui dois significados:  
(I) Dar valor ou valores a; aumentar o préstimo de, 
(II) Aumentar de valor.
Pode-se entender que, quando se valoriza algo ou alguem, o objeto é destacado dos demais, visto com maior ênfase e cuidados e, consequentemente, seu valor agregado aumenta consideravelmente.

Como foi divulgado em várias mídias ao longo dos meses, hoje, dia 22 de novembro, comemora-se o Dia Latinoamericano de Valorização da Profissão de Relações Públicas. Segundo o site oficial do movimento, a proposta surgiu "em 2006, quando propomos uma grande mobilização nacional para o dia 22 de novembro, transformando-o simbolicamente no Dia Nacional pela Valorização da Profissão de Relações Públicas."

Esta proposta de um dia simbólico pela valorização desse profissional foi idealizada por Marcello Chamusca, coordenador da pós-graduação em Relações Públicas da FBB (Bahia), e Marcia Carvalhal, e se espalhou por todo o Brasil e pela América Latina, tanto que o site oficial apresenta notícias em português e em espanhol.

Como este dia não foi idealizado pelos conselhos federais da profissão (apesar de ter o apoio de muitos deles), há uma certa discussão sobre se este dia é realmente necessário, com opiniões favoráveis - na maioria do resultados da busca pela hastag #22denovembro no Twitter - ou não tão favoráveis assim, além da repercussão em fóruns, blogs e sites representativos desta profissão.

Na opinião pessoal da autora deste blog, este dia é necessário para que se chame a atenção da sociedade ao que realmente significa a profissão de Relações Públicas, porém não se pode resumir esta luta num único dia ou apenas nas datas significativas da profissão, como o próximo dia 02 de Dezembro, dia nacional da profissão. É necessário mostrar para a sociedade com atos concretos e com muito trabalho o que realmente faz um Relações Públicas, não somente choramingando pedindo uma valorização. 

Esta ideia é desenvolvida no artigo Relações Públicas Precisam de Relações Públicas - Uma Análise Comparada da Percepção de Relações Públicas no Mercado e na Academia, de Muriel Cristina de Paula Silva e Manoel Marcondes Machado Neto contido nos anais do I Seminário Brasileiro de Valorização da Profissão de Relações Públicas – SEMBRARP (2007, p. 39-40)

"Os relações-públicas têm de aproveitar esse momento para difundir suas atividades e captar essas oportunidades oriundas de uma maior cobrança da sociedade em relação às organizações por atitudes cada vez mais responsáveis. Essas oportunidades só poderão ser aproveitadas se os profissionais e teóricos de Relações Públicas se adequarem aos grandes desafios do mercado. (...) Para isso, porém, é preciso que as Relações Públicas busquem novas soluções e instrumentos para resolver os problemas das organizações, abandonando técnicas ultrapassadas e inflexíveis à nova situação das instituições."

Para finalizar, é mostrado uma das iniciativas de valorização da profissão, o Prêmio ABRP (Associação Brasileira de Relações Públicas), que está em sua 28ª edição. Abaixo, está o vídeo do seguinte trabalho: As relações de gênero e sua influência na escolha da profissão e perfil profissional de Relações Públicas, desenvolvida por Renata Rippel D'Agnoluzzo Moretti e orientada pela Profª Ms. Silvana Padilha Flores da Universidade de Caxias do Sul e que ficou em 1° Lugar na categoria Monografia Valorização da Profissão.



P.S: Aproveitando este dia, participe da Ação de Valorização #ILoveRP do blog RPitacos. O prazo máximo para o envio dos textos é dia 01/12. Mais informações podem ser adquiridas aqui.

sábado, 20 de novembro de 2010

Protagonismo na comunicação - Dia Nacional da Consciência Negra

Como é sabido pela maioria da população, neste sábado (dia 20 de novembro) comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, instituido como feriado em mais de 350 cidades brasileiras, incluindo capitais como Maceió (AL), Manaus (AM), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

A data foi escolhida por marcar a morte de Zumbi - líder do Quilombo dos Palmares em 20 de novembro de 1695 e a sanção da lei, além de instituir um dia de homenagens e de reflexão sobre o tema, também traz algumas obrigações, segundo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):

"A lei N.º 10.639, de 9 de janeiro de 2003 (...) também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional."

Neste dia de reflexões, é necessário também se perguntar como o negro é visto do âmbito comunicacional e a sua participação nestes meios midiáticos. Um artigo interessante que tenta observar a partir desta ótica se chama Representatividade da Imagem do Negro nos Meios de Comunicação: Revista Raça Brasil e a Imprensa Brasileira, em que a autora Hellen de Paula Pacheco analisa a imagem do negro nos meios de comunicação em vários ambientes comunicacionais, como no teatro, na imprensa, na literatura, no rádio e na televisão. Utilizando-se do último meio citado, Pacheco afirma a disparidade de tratamento entre brancos e negros ainda existente, por exemplo, nas propagandas:

"Os negros mal aparecem em comerciais de TV, mas quando isso acontece são mostrados em papeis secundários, alguns ainda relacionados à “boa empregada”, ou ao “ serviçal obediente”, ou “mulher objeto, mulher sensual, mulher fogosa”, ou “homem fetiche”. 
As propagandas com personagens negros que mostram produtos que não são destinados à raça negra, como Vasenal para pele morena e negra, seus papeis são sempre secundários e dissociados do produto, quando perto assumem papeis estereotipado e, tendem a ficar diluídas e amenizadas pela presença conjunta de representantes do grupo racialmente dominante." (2001, p. 6)
 
Com esses dados, pode-se concluir que é necessário ter uma igualdade nos papéis propostos a brancos e negros, pois ser competente naquilo que se faz independe de quaisquer fatores que não sejam ligados à própria disposição do indivíduo a aprender e a fazer sua parte com eficiência e responsabilidade. Para encerrar essa reflexão, um comercial veiculado pela Caixa Econômica Federal no ano de 2009 em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra e ao idealizador da data, o professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira.
 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

(De)Formadores de opinião e crise na imagem - Caso Luiz Carlos Prates

Quando se tem, à frente de quaisquer pessoas, um microfone e uma câmera, as expressões que são ditas são de responsabilidade dos indivíduos que as proferem, principalmente quando vêm dos chamados formadores de opinião, que podem modificar a imagem do veículo ao qual estão atrelados, as ideias dos próprios articulistas e as dos outros rapidamente.

No artigo Informação Voltada à Formação de Opinião: uma revisão de literatura (arquivo digital, p. 4), a autora Dulce Maria Baptista analisa os processos mental e social da opinião, a relação desta com a informação e como um objeto de serviço ao público

"Segundo Meynaud e Duclos (1991), a opinião é sempre um construto social, por depender da situação dentro da qual se exprime, sendo ainda bastante fluida para ser captada pela sondagem. Por outro lado, não constitui exatamente um traço definidor daquele que fala, o qual pode rapidamente mudar de posição, proferir um outro discurso, ou fazer algo diferente daquilo que diz. A opinião muitas vezes é formulada no decorrer de uma conversa, que é uma situação elaborada em conjunto por diferentes pessoas, e na qual seu status permanece transitório. Ela se manifesta também nos silêncios, gestos, atos, esses algumas vezes em contradição com as palavras."

Um exemplo recente desta construção da opinião e da responsabilidade que um jornalista precisa ter à respeito das palavras proferidas aconteceu no feriado de 15 de novembro, quando o  jornalista Luiz Carlos Prates, articulista da RBS, emissora afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, fez seu comentário sobre o aumento no número de acidentes nas estradas catarinenses. Comentário polêmico e, na visão de muita gente, infeliz.



O vídeo gerou revolta da maioria das pessoas que o assistiu (e adimiração de outros), por conta de ressaltar que "qualquer miserável pode ter um carro", levou o nome Prates ao Trending Topics Brazil do Twitter por alguns dias (enquanto este post foi editado, esta expressão estava presente na lista), foi repercutido pelo portal R7, da concorrente Rede Record e prejudicou ainda mais a imagem do grupo RBS, já manchada anteriormente por conta de um possível crime de estupro cometido pelo filho de Sérgio Sirotsky – diretor da emissora no início de 2010.

Não é o primeiro vídeo polêmico do jornalista, que, entre outras declarações fortes, menosprezou a morte do cantor Michael Jackson e discutiu sobre a "pedagogia da cinta", além de possuir um blog com artigos veementes e pouco adocicados. No momento em que este post foi fechado, o jornalista estava dando seu "direito de resposta" calmo no Jornal do Almoço, causando no Twitter vibração em alguns admiradores de sua franqueza e irritação em quem se sentiu ofendido com as declarações.

Mais uma vez, o grupo RBS tem sua imagem corrompida por outro escândalo nacional disseminado pelo Youtube e os profissionais de comunicação da emissora precisam, mais uma vez, gerenciar uma crise. Para concluir, por uma coincidência do destino (ou não), o programa Comédia MTV do dia 12 de novembro mostrou um quadro também polêmico em que o ator Marcelo Adnet interpreta um grã-fino que, como Prates, utiliza palavras duras contra as classes menos favorecidas, mencionando os nordestinos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Media training e relacionamento com o torcedor (II) - Caso Pós-jogo Corinthians x Cruzeiro

Como já foi discutido num outro post deste mesmo blog, relacionar-se bem com as pessoas é imprescindível para as pessoas que queiram atingir um patamar melhor, tanto em aspectos pessoais quanto em profissionais. No cenário esportivo, se faz necessário aos treinadores, jogadores e dirigentes um ponto de personalidade muito importante, ainda mais depois de uma partida ou de uma atividade: equilíbrio da oralidade.

Geralmente, durante um momento de tensão ou de irritação, as pessoas são mais suscetíveis a falar sem pensar, a desabafar sobre um determinado assunto e a dizer coisas que, num instante de maior serenidade, não seriam expostas ao público. O serviço de media training pode contribuir para que frases comprometedoras não sejam ditas em voz alta para uma grande audiência, visto que a oralidade é uma grande ferramenta de comunicação, como mostram Marta Terezinha Motta Campos Martins e Waldyr Gutierrez Fortes no artigo Desenvolvimento da Comunicação Organizacional Agencia a Constância da Oralidade (2007, p. 11):

"(...) o nível estratégico da comunicação auxilia as empresas na busca desses diferenciais. Comunicação essa que é pensada em todas as dimensões: interna, externa, institucional e, certamente, também na vertente da oralidade, uma vez que a maior parte da comunicação das organizações com seus públicos, dá-se verbalmente.
A necessidade de planejar a oralidade fundamenta-se em garantir que todos os envolvidos recebam informações corretas e perceptíveis e em evitar que boatos e conflitos se instalem durante o processo de transmissão das mensagens."

Um exemplo de como não se dominar a oralidade aconteceu no último sábado, dia 13 de novembro, durante a 35ª rodada do Campeonato Brasileiro de Futebol. O jogo entre Corinthians e Cruzeiro valia a liderança do torneio e acabou com a vitória do time paulista por 1 a 0, com um pênalti duvidoso marcado pelo árbitro Sandro Meira Ricci a favor do Corinthians e convertido por Ronaldo. No pós-jogo, o presidente do Cruzeiro Zezé Perrella acabou desabafando sobre o resultado e insinuando que o juiz tinha recebido dinheiro do adversário para favorecê-lo, xingando-o para quem quisesse ouvir.



Ainda que, ao fim das declarações, o dirigente tenha justificado sua revolta por ser um "cruzeirense" e estar de cabeça quente, Perrella é um homem público e precisa medir as expressões utilizadas, mesmo que num momento de estresse como nesta derrota contra um concorrente direto na luta pelo título nacional. As declarações do presidente poderão ter uma consequência maior, já que o próprio árbitro estuda medidas de processá-lo e o STJD pode punir Perrella, se ele não conseguir provar suas declarações acerca de Ricci.

O que se pode concluir deste episódio é que o controle emocional, aliado a um processo completo de media training, pode ajudar na prevenção de momentos constrangedores como este. No esporte, particularmente no futebol, os erros, infelizmente, ocorrem. Porém, quem errou mais do que o árbitro naquela noite foi Perrella, que colocou seu papel social de torcedor fanático acima do de presidente equilibrado que deveria ser.

domingo, 14 de novembro de 2010

Comunicação on ou off: O que é mais importante? As duas!

Na maioria das conversas e até mesmo das postagens em blogs sobre comunicação, o assunto da moda é falar a respeito das mídias sociais, da importância da Internet como meio eficaz de se divulgar uma informação ou de espalhar uma ideia de maneira mais rápida e abrangente. E essa importância de se ter uma eficiente comunicação on realmente é válida.

Porém, há uma certa área da comunicação que não deve ser esquecida, que deve complementar a comunicação on-line: é a esfera off, que compreende as mídias ditas tradicionais (jornais, revistas, rádio e televisão) e a comunicação interpessoal (o tu a tu, o face a face). Ultimamente, se discute muito sobre qual destas duas esferas são mais importantes (ou se as duas possuem o mesmo grau de prioridade) em vários aspectos presentes na sociedade, e ainda se pergunta se pode haver realmente esta divisão.

Um exemplo desta discussão entre comunicação on e off está no uso da educação à distância. Segundo Maria Cristina L. Paniago Lopes (orientadora) e Selma Lúcia da Costa Xavier (acadêmica) no artigo A afetividade nas inter-relações professores e alunos no ambiente digital, publicado na Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância (dez. 2007, p. 4),  

"(...) Nas interações on-line [como neste tipo de educação], pode existir um predomínio de interação virtual fria quando não se está familiarizado ao ambiente virtual em uso. (...)
A educação a distância trabalha com modelos grupais, saindo do individual, o que pode proporcionar um intercâmbio ainda maior, através das mídias mais interativas, buscando novas formas de interação. Da comunicação off-line estamos evoluindo para um mix de comunicação off e on-line em tempo real."

Pode-se entender, através deste exemplo, que a integração entre as esferas da comunicação é importante, e que nenhuma deve se sobressair a outra, sob o risco de se perder o foco da informação a ser passada e, mais do que isso, até se perder um tipo de público específico.

Um outro caso para se analisar ocorreu na última quinta feira, dia 11 de novembro. O atacante do Corinthians Ronaldo concedeu uma entrevista coletiva no centro de treinamento do clube e, de maneira simultânea, transmitiu as suas respostas via twitcam (ferramenta que permite a gravação de vídeos) aos seus seguidores nas redes sociais, que também poderiam fazer perguntas ao atacante.

O que é interessante de se notar é o fato de que, em alguns momentos da entrevista, o jogador dava maior importância ao computador do que aos jornalistas presentes fisicamente naquele lugar, mostrando, nestes instantes, uma predominância da comunicação on sobre a off, que não deveria existir, pois todo meio de comunicação é válido para que se propague uma ideia, para a divulgação de uma notícia ou para que se venda um produto, desde que um veículo não prejudique o outro, como aconteceu nesta coletiva.

Para finalizar, abaixo está um vídeo da disciplina de Novas Mídias da Famecos/PUCRS da aluna Tamara Bortolini, que sintetiza algumas ideias sobre a comunicação on e off.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Divertir e informar combinam? - O uso do infotenimento no Globo Esporte Paulista

Com o início do século XXI, muitas mudanças ocorreram em várias áreas da comunicação, desde o grande desenvolvimento da Internet e suas ferramentas sociais, passando pela concepção de uma televisão mais interativa e por uma maior integração entre as mídias para fins mercadológicos, de divertimento e de informação, ou os dois últimos quesitos juntos.

Mas esta afirmação é possível de ser feita? Afinal de contas, o entretenimento pode ser aliado à informação sem se sobressair a esta? Existe uma linha jornalística recente (desde a década de 1980) que tenta conciliar os, até antes, antagônicos conceitos: o chamado jornalismo de infotenimento, que é explicado por Fabia Angélica Dejavite, em seu artigo A Notícia light e o jornalismo de infotenimento, apresentado durante o Intercom 2007 (p. 2):

 "(...) é o espaço destinado às matérias que visam informar e entreter, como, por exemplo, os assuntos sobre estilo de vida, as fofocas e as notícias de interesse humano – os quais atraem, sim, o público. Esse termo sintetiza, de maneira clara e objetiva, a intenção editorial do papel de entreter no jornalismo, pois segue seus princípios básicos que atende às necessidades de informação do receptor de hoje. Enfim, manifesta aquele conteúdo que informa com diversão."

O infotenimento, quando bem utilizado, causa grande aceitação do público, acarreta num aumento da audiência e, indiretamente, num conhecimento maior dos anunciantes daquele horário do telejornal, resultando em mais vendas ao mercado. Porém, quando se esquece a informação e passa-se a valorizar mais o lado lúdico, o telejornal perde a sua credibilidade em relação à crítica especializada e ao próprio telespectador.

Os dois lados desta moeda podem ser vistos na edição paulista do programa jornalístico Globo Esporte, apresentado por Tiago Leifert, que promoveu uma revolução no chamado "padrão Globo de jornalismo", abolindo o teleprompter e inserindo matérias mais longas e com temas poucos relacionados ao esporte, voltados mais ao humor.

Com essa modificação feita a partir do início de 2009, o jornal voltou a ser líder de audiência em seu horário e conquistou um público mais jovem e pessoas que geralmente não costumam assistir ao Globo Esporte, mas que o fazem graças a espontaniedade do apresentador, como neste comentário feito depois do jogo entre Santos e Corinthians, válido pelo Campeonato Paulista de 2010.



Porém, em algumas situações, o entretenimento foi demasiadamente superior à informação, como em maio de 2010, quando Leifert fez uma participação especial de menos de 2 segundos na novela Passione e se tornou um "insuportável", passando a apresentação das notícias para o Ivan Moré e se vangloriando de seu mais novo status de celebridade. Como pode-se ver, o vídeo dura oito minutos, sendo que menos de um é preenchido por notícias, refletindo, assim, o mau uso do infotenimento.



Este exagero de entretenimento no jornal pode ser facilmente evitado através de pesquisas de opinião destinadas aos telespectadores e amantes do "jeito Leifert" de conduzir o Globo Esporte, para que se realmente veja os erros e os acertos desta nova fase do programa. Pode-se concluir que o equilíbrio entre o jornalismo e o humor precisa ocorrer no infotenimento para que o primeiro possa continuar a ser valorizado e, mais do que isso, para que o telespectador se divirta, sem ser manipulado pela falta de informações úteis. 

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mobilização social na telinha e na prática - O Teleton ao redor do mundo

Quase todos os dias, ao redor do mundo, surgem muitos e variados projetos e movimentos que se posicionam acerca de determinadas causas e que convidam a sociedade para tomar partido diante das situações apresentadas, querendo, assim mobilizar as pessoas para a ação concreta, com objetivos bem definidos, realizando, assim, a chamada mobilização social.

Pode-se dizer que os profissionais de comunicação, dentre outras funções, auxiliam na divulgação destas ações e, mais ainda do que isso, o próprio ato de "tornar comum" constitui a base para que uma mobilização seja bem sucedida e bem participada, como relata Rennan Mafra no artigo Relações Públicas e Mobilização Social: a construção estratégica de dimensões comunicativas (2007, p. 4):

"(...) a mobilização pode ser reconhecida como um ato de comunicação, porque envolve o compartilhamento de discursos, visões e informações e, por isso, exige ações de comunicação em seu sentido mais amplo. “Convocar vontades”, e compartilhar “sentimentos, conhecimentos e responsabilidades” pressupõe conversa, troca, partilha intersubjetiva, interação, comunicação."

Ainda neste artigo, Mafra mostra três dimensões que a mobilização social pode ter: dimensão espetacular, dimensão festiva e dimensão argumentativa. Estes tipos serão mostrados através de um breve estudo de caso sobre os programas Teleton ao redor do mundo.

O projeto tem o mote de angariar fundos para ajudar no tratamento e na reabilitação de crianças que possuem deficiência física. Segundo a comunidade do Ning da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), entidade detentora há 25 anos dos direitos da marca Teleton no Brasil, e que promove há 13 anos, em parceria com o SBT, a maratona homônima, este projeto "nasceu na década de 1950 nos Estados Unidos por iniciativa do ator e comediante Jerry Lewis que era pai de uma criança com deficiência".

A maratona televisiva de mais de 24 horas ininterruptas alcançou mais de 20 países ao redor do mundo, como Austrália, Canadá, Chipre, Bélgica, Brasil (primeira edição em 1998), Peru, Colômbia, Costa Rica, Honduras, Paraguai, México, Nicaragua, Panamá, Guatemala, El Salvador, Uruguai e Chile, primeiro país sul-americano a produzir um Teleton, em 1978.

É interessante notar que essas maratonas, tanto no Brasil como em outros países, se utilizam das três dimensões da mobilização social para promover a participação popular. Através dos três próximos vídeos, pode-se perceber características de cada uma delas.

Inicialmente, como mostra da dimensão espetacular, ou seja, daquilo que desperta "na sociedade o interesse público pelas tematizações, com a função de capturar a atenção dos sujeitos para essas questões" (MAFRA, 2007, p. 8), pode-se ver o acender de milhares de telefones celulares no Estádio Nacional do Chile durante o Teleton 2007 daquele país.



A dimensão festiva, ou seja, a participação lúdica e in loco dos indivíduos, está presente em praticamente todas as maratonas, através de apresentações artísticas de cantores, apresentadores e dançarinos famosos que se unem para que se alcance a meta. O vídeo abaixo mostra a apresentação do grupo Black Eyed Peas no Teleton mexicano de 2009.



Já a dimensão argumentativa é mostrada no Teleton como sinal de "prestação de contas" das instituições e do que elas têm feito com o dinheiro arrecadado nas maratonas, como pode-se ver no vídeo institucional feito para o Teleton Brasil 2010.



Concluíndo, a mobilização social é quase impossível de se ocorrer sem que haja uma eficiente comunicação e uma articulação coerente destas três dimensões, utilizando-se de todos os meios possíveis para que a causa a ser defendida seja assimilada pela população em geral.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Comunicação comunitária salva vidas! - Concurso "Para Doar é só Falar"

Como já foi discutido neste blog, a comunicação comunitária é muito importante para que ideais e ideias possam ser discutidas, assimiladas e repassadas a mais pessoas, ainda mais quando se trata de assuntos delicados e abordados com menor intensidade pela mídia, como o incentivo à doação de órgãos.

Até mesmo quem não é da área da comunicação ressalta a importância de uma maior divulgação destas causas, como vê-se no artigo A recusa familiar para a doação de órgãos e tecidos para transplante, de Edvaldo Leal de Moraes e Maria Cristina Komatsu Braga Massarollo:

"O esclarecimento sobre o tema é necessário para que as pessoas possam decidir conscientemente, porque tem gente que gostaria de doar, mas a falta de esclarecimento gera dúvidas e medo. A divulgação é de fundamental importância para que a população possa criar uma opinião sobre a questão da doação de órgãos, e os meios de comunicação têm um papel relevante nesse processo de formação de consciência. Além disso, o assunto deveria ser abordado nas escolas para que a pessoa cresça sabendo se vai ser ou não um doador de órgãos, pois há falta de conhecimento das pessoas sobre a morte encefálica e mesmo quem conhece não aceita."

No dia 04 de novembro, as salas da UNESP/Bauru foram visitadas pela agência Garage Interactive Marketing que trouxe, além de alguns cases comunicacionais de sucesso como a ação feita para a Antártica Sub Zero, propôs um desafio aos que estavam presentes: o concurso "Para Doar é só Falar", que possui o objetivo de estimular o engajamento jovem à doação de tecidos e órgãos, em parceira com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos e com a empresa Novartis.

A promoção consiste em mandar um vídeo de, no máxinmo, 30 segundos mostrando como é fácil tornar-se um doador de órgãos, pois no Brasil não é necessário deixar documentos escritos para esse intuito. A avaliação dos vídeos será feita em duas etapas; o voto popular indicará os dez finalistas, que serão julgados posteriormente por um comitê especializado.

Os três melhores vídeos, além de promoverem a causa, ganharão prêmios em dinheiro para fazer compras na Fnac (R$ 4.000,00 ; R$ 6.000,00 e R$10.000,00, respectivamente). O grande ganhador também terá seu vídeo adaptado por uma produtora profissional e exibido em diversos meios de comunicação, sendo um embaixador da doação de órgãos.

Até o fechamento deste post, mais de 1500 pessoas já participaram e 29 vídeos estão disponíveis para a votação. O prazo máximo para o envio dos vídeos é dia 07 de janeiro, à meia-noite. Cinco dias depois, serão revelados os nomes dos finalistas. O regulamento completo da promoção está disponível neste site.

Ah, e nessas visitas da agência, há o sorteio de um pendrive de 4GB com a imagem da campanha, através de uma pergunta. Eu tive a alegria de ganhar este mimo desta ação, com caixinha personalizada e tudo o mais.
O mais importante, contudo, não é ganhar este pendrive, é o fato de poder testemunhar esta ação de comunicação visando, não somente o lucro da empresa participante, mas tendo um objetivo maior, que é o da conscientização das pessoas, marcando-as por muito tempo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Valorização das Relações Públicas - Lançamento da Ação #ILoveRP

Talvez nunca se ouviu falar tanto em ações para se valorizar a profissão de Relações Públicas, ainda mais com os incidentes ocorridos neste ano que tentaram denegrir a imagem deste profissional, como a contratação polêmica do vilão corrupto Fred (Reynaldo Gianecchini) como relações-públicas da metalúrgica Gouveia, na novela Passione, da Rede Globo ou, mais recentemente, a polêmica entrevista do professor João Manuel Cardoso de Mello, fundador da FACAMP e da UNICAMP, em que o curso de Relações Públicas foi alçado por ele a ser de "segunda categoria", e muitos profissionais se mostraram contrários a isto, inclusive este humilde blog.

Os movimentos por uma valorização são presentes há muito tempo no Brasil, como relata Kunsch no artigo Gestão das Relações Públicas na contemporaneidade e a sua institucionalização profissional e acadêmica no Brasil, escrito para a revista Organicom (2006, p. 45), pois "A década de 1980 também se caracteriza por uma crescente busca de maior qualidade no aprendizado e na valorização das Relações Públicas tanto no mercado profissional quanto na universidade." Nesta parte ainda, Kunsch cita a criação do Prêmio Opinião Pública, em 1980, e do Concurso Universitário de Monografias e Projetos Experimentais, dois anos depois.

E para acrescentar mais uma singela ação de valorização das Relações Públicas é que o RPitacos orgulhosamente apresenta o projeto #ILoveRP, que tem o objetivo de mostrar à comunidade em geral e, principalmente, àqueles que ainda não escolheram uma profissão e desejam saber um pouco mais do que faz um Relações Públicas, como é trabalhar nesta área com um leque de opções, às vezes, desconhecido pelo grande público e o porquê dessa área ser tão apaixonante (não que outras áreas não sejam, obviamente) pra quem realmente está decidido a seguir esta carreira. O nome desta ação foi inspirado num adesivo de Relações Públicas da Universidade do Sagrado Coração (USC), de Bauru/SP.

As regras são muito simples: quem se interessar em fazer parte desta ação, é necessário mandar um texto analítico e/ou pessoal respondendo, basicamente, a quatro perguntas (não necessariamente nesta ordem):  
- Por que você faz Relações Públicas? 
- Como você descobriu sua aptidão para essa área do conhecimento? 
- Como você avalia a valorização da profissão na mídia? (nessa questão, pode-se analisar desde o começo ou focar num período específico) 
- Com o contexto da recente declaração do professor da FACAMP a jovens vestibulandos, o que você falaria para estes alunos que gostariam de fazer Relações Públicas?

O limite de caracteres foi determinado em homenagem às datas comemorativas de nossa profissão: mínimo de 1202 (Dia Nacional das Relações Públicas lido em inglês: December, 02nd) e máximo de 2609 caracteres (homenagem ao Dia Interamericano das Relações Públicas, vista neste blog), não contando os espaços entre as palavras.

Os textos precisam ser enviados a partir do horário de publicação deste post até às 16h00 do dia 08/12, nas normas da ABNT e, de preferência, no programa Microsoft Word 2003, para o e-mail do blog: rpitacos@yahoo.com.br. Ao enviar o texto, é necessário colocar o nome completo, a faculdade em que estuda, o ano do curso em que está (se já é formado, basta só o nome da faculdade) e um mini CV de 200 a 400 caracteres.

O blog terá, de 02/12 a 09/12 (exceto no domingo, dia 05), posts todos os dias com os textos mais interessantes enviados pelos distintos colegas de profissão e, no dia 10/12, haverá um fechamento e avaliação desta ação. Não teremos prêmios materiais para os textos publicados, mas o blog acredita que quem mais ganhará com essa ação são as Relações Públicas.

Qualquer dúvida, deixe seu comentário neste post ou procure-me no Twitter! E vamos dizer juntos: #ILoveRP!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gestão de ações nas mídias sociais - Fim da eleição = fim de interação?

Este post é escrito na manhã seguinte do encerramento das Eleições 2010 em todo o Brasil. Como já sabe, muitos candidatos conseguiram se eleger para os cargos almejados, enquanto outros acabaram perdendo nas urnas eletrônicas e seguirão outros caminhos, como atuar em secretarias nos seus Estados/municípios, esperar os próximos 2 ou 4 anos para tentarem concorrer a mais uma eleição ou desistirem da vida política, militando em outras áreas profissionais.

Figura retirada do site Midia Social Post
O grande marco que este período eleitoral trouxe ao cenário político foi a utilização com maior abrangência das redes e mídias sociais para que as equipes de comunicação dos candidatos pudessem compartilhar suas ideias, planos, projetos e até mesmo ataques aos concorrentes de maneira quase que instantânea. Além disso, os próprios candidatos abriram contas em vários sites, como Orkut, Youtube, Facebook, Flickr, Twitter, Formspring, entre outros.


Mas uma pergunta se faz pertinente, agora que as urnas já foram apuradas e os vencedores, já conhecidos: como é que ficarão a partir de hoje
estes perfis, abertos, na maioria dos casos, com o objetivo de motivar e conquistar eleitores para aderirem aos seus projetos e ideias? Será que esta comunicação direta com os cidadãos (agora não mais possíveis eleitores de sua coligação) irá continuar ou será apenas uma rotina de véspera de eleições?

É necessário, então, entender que as ações que são feitas nas mídias sociais e midiáticas, tanto por políticos, artistas, empresas e outros, precisam ser contínuas, não abandonadas no dia após o pleito. Assim como uma empresa precisa mostrar suas vantagens, seus diferenciais todos os dias (e não apenas em períodos de promoções), os políticos, principalmente os eleitos, possuem a necessidade de mostrar suas atitudes e ideias em várias situações.

Citado por Gabriela Bittencourt no artigo Web 2.0 amplia meios de fazer marketing político, David Reck, diretor da Enken Comunicação Digital, afirma que “O candidato que apresenta sua plataforma política de forma assertiva e consistente em diversos meios interativos estabelece um perfil de líder moderno, efetivo e com espírito colaborativo. E sai na frente na lembrança de seus eleitores [e, depois da eleição, dos cidadãos em geral] com estes valores.”. (notas nossas).

Portanto, como já foi dito num outro pitaco aqui mesmo deste blog, não se deve admitir políticos que somente aparecem para mostrar suas ideias, seus ideais e projetos "de quatro em quatro anos", não só nos veículos tradicionais de mídia, mas também no cenário da Internet. Com a ajuda de profissionais qualificados, entre eles o de Relações Públicas, é possível manter uma imagem coesa e uma proximidade entre políticos e cidadãos por todo um mandato, por toda uma carreira nesta função.