segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Comunicando o novo ano que já vai chegar...

Por Maíra Masiero

Neste último post de 2012, o RPitacos quer, de forma especial, agradecer a todas as pessoas que visitaram este blog, comentaram as matérias e repercutiram os conteúdos postados por aqui. Como em todo post institucional que é publicado aqui, nada melhor do que relembrar a história do RPitacos e de como ele RePensa o mundo há mais de um ano e meio.

O blog RPitacos surgiu em 04 de junho de 2010 - portanto, há mais de dois anos e meio atrás -, como um singelo projeto de exercício de leitura, de escrita e, principalmente, do descondicionamento do olhar em relação a cada acontecimento ou contexto existente no mundo. Mas o trabalho foi muito mais além do planejado: elogios e críticas começaram a surgir, assim como muitos amigos contribuíram para que o RPitacos crescesse a cada novo post.

Em 2012, houve uma ação toda especial: no mês de abril, foi aberto um processo seletivo para a escolha de mais um colaborador para esse blog, com regras específicas e uma Comissão Julgadora de peso para avaliar os textos e os currículos dos candidatos. No dia 04 de junho, aniversário de dois anos do RPitacos, foi divulgado o resultado que trouxe os textos e as reflexões de Manoel Marcondes Neto para uma colaboração fixa no blog. Assim, agradeço a todos os participantes do processo (jurados e concorrentes), pela confiança no trabalho do blog.

Em relação a parcerias, o RPitacos foi um dos apoiadores do II Desafio Hora Extra, um evento promovido pela RPjr - Empresa Júnior de Relações Públicas, da Unesp de Bauru, que teve o objetivo de proporcionar aos participantes um contato com a vida profissional por meio de situações reais, a fim de desafiá-los e prepará-los para o mercado de trabalho. A equipe vencedora do Cruzeiro para Santos, Ilha Grande e Ilha Bela foi a Equipe COC, o 2º lugar (e os aparelhos Ipod Shuffle) ficaram para a Equipe Reluz e a visita à agência Burson-Marsteller, prêmio do 3º lugar, ficou com a equipe IE Intercâmbios.

Por fim, na última semana de 2012, pelo terceiro ano consecutivo, uma lista promovida pelo Portal RP-Bahia mostra o RPitacos como um dos 36 blogs de estudantes e profissionais de Relações Públicas que merecem ser seguidos no ano de 2013. Mais uma vez, é a confiança dos profissionais e estudantes da área neste blog, que possui a função de dar seus pitacos nos assuntos do dia-a-dia, sob o olhar da Comunicação.

Enfim, nos últimos momentos de 2012, só se pode desejar que 2013 seja um ano maravilhoso, com muitas alegrias e realizações e que possamos RePensar o mundo sempre juntos, pois essa é e será a essência deste blog. Mais uma vez, como em todas as postagens divulgadas aqui, o desejo é que a comunicação possa ser vista, cada dia mais, não como um acessório frágil e reciclável, mas sim como uma ferramenta importantíssima para as organizações e para os seres humanos de maneira geral, em todos os retalhos que formam o tecido da vida. Muitas novidades virão, mas com os pitacos de sempre!

Para encerrar esta postagem especial, muitos já declamaram (ou ouviram) falar do poema "Receita de Ano-Novo", de Carlos Drummond de Andrade, que realmente representa as intenções positivas para esse momento de mudança de ano. Muitos comerciais também utilizaram trechos deste texto para ilustrar seus votos para o Ano Novo e, desta vez, o banco Bradesco foi um dos utilizaram a poesia para esse intuito. Além dos versos finais de Receita (mostrados no vídeo a seguir), poemas de Fernando Sabino e Mário Quintana também serviram de inspiração para os autores das peças publicitárias.

Feliz Ano Novo!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

E minha cartinha para o Papai Noel?

Por Maíra Masiero

As festas natalinas já se passaram e nos dias que se passaram, além das comidas e bebidas peculiares desta época e do sentido religioso da data (muitas vezes, esquecido), muitas crianças mandaram cartas para o Papai Noel e receberam seus presentes. Mas como surgiu esta tradição de se mandar cartas e como ela se perpetua, mesmo com o avanço da tecnologia e da gradativa inclusão digital das crianças?

Segundo matéria publicada no site Muita Pimenta, essa tradição das cartas foi adaptada de uma tradição européia em que, até os dias atuais, enviam-se cartas para membros da Igreja com pedidos de benção, de bens materiais e de oração durante o período natalino. Também é necessário lembrar que essas cartas também são entregues pessoalmente em lugares públicos - como shoppings, parques, praças, hospitais - a "Papais Noeis" que estão por esses locais.

Porém, o que é considerado, para muitos, uma prática ingênua de tentar realizar um sonho de criança ou de ter aquele brinquedo, comida ou outro desejo se concretizando, para outras pessoas, essas cartas se tornaram símbolo do consumismo. Recentemente, segundo notícia publicada na UOL Notícias, uma instituição inglesa considera que essas pequenas cartas poderiam se tornar, com o tempo, numa extensa lista de presentes capaz de causar vários problemas familiares. 

Foi lançada até mesmo uma campanha para que as crianças abandonem o envio de cartas ao Papai Noel. No Brasil, o fato de interligar consumo com crianças também é algo discutível. Na mesma matéria, Ana Maria Wilheim, diretora-executiva do Instituto Akatu (organização não-governamental que trabalha pelo consumo consciente), declara: "No Natal, a gente projeta nossos desejos, sonhos. Mas estão pegando tudo isso e jogando num produto. A gente não está mais valorizando a relação entra as pessoas."

Porém, o envio de cartas nesta época do ano ao Papai Noel também possui um outro lado: o da solidariedade e o da nostalgia em ver sonhos, antes restritos ao período infantil, se realizarem de uma hora para a outra. E algumas propagandas mostram este último lado de forma emocional, mas sem deixar de divulgar a marca.

Quando se fala em propaganda na época de Natal, é inerente lembrar-se da marca Coca-Cola e de seus comerciais clássicos, misturando caminhões enfeitados, ursos polares, famílias fascinadas, jogo de luzes e de cores, além do lembrete envolvente de que "O Natal vem vindo, vem vindo o Natal", como o da temporada 1995/1996.

Neste ano de 2012, a Coca-Cola também pensou nas cartas que as crianças mandam para o Papai Noel, mas que não conseguem ser atendidas ou mesmo chegar até o destino final. Segundo dados coletados pela marca, foram encontradas cerca de 60 mil correspondências que ficaram esquecidas (algumas datadas de 1930), sem serem entregues ao endereço do Papai Noel. 

Vendo esse esquecimento, a ação "Cartas Esquecidas do Papai Noel" selecionou 75 cartas e mostra o bom velhinho chegando a algumas casas para entregar os presentes que as pessoas pediram há vários anos atrás. É importante observar a nostalgia dos adultos em lerem as cartas que, quando crianças, destinaram ao Papai Noel e a emoção quando recebem os presentes tão esperados.


No quesito solidariedade, as cartinhas de várias crianças para o Papai Noel podem se tornar um símbolo de solidariedade e de consideração para com as pessoas que detêm menos recursos para comprar presentes aos seus filhos ou conhecidos. Um exemplo, no Brasil, é a realização há mais de 20 anos do Papai Noel dos Correios que possui um objetivo específico, segundo a instituição

"É uma ação corporativa (...) que tem como objetivo principal o envio de carta-resposta às crianças que escrevem ao Papai Noel. Além de estimular a redação de cartas manuscritas pelas crianças, a campanha incentiva a solidariedade dos empregados e da sociedade. Desde 2010, a campanha passou a contemplar, além das cartas oriundas das crianças da sociedade, as cartas de crianças de escolas, abrigos, núcleos socio-educativos e creches."

Várias empresas, entidades e universidades contribuem com os Correios, encontrando pessoas para "adotarem" as cartas, comprarem os presentes e entregar aos postos de adoção, que reencaminham esses para os Correios que fazem a entrega. Uma dessas empresas que ajudam os Correios é a Empresa Júnior de Relações Públicas (RPjr), do campus da UNESP em Bauru, e quem vai explicar melhor como foi a participação da empresa na ação de 2012 é Daiane Santana, diretora administrativa da RPjr.

"A parceria que temos com os Correios consiste em levarmos cartas de crianças carentes até 10 anos ou cursando até a 5ª série. Nós levamos essas cartas para a faculdade para que os alunos possam ter contato com o projeto e para que o maior número possível de cartas seja adotado. 
Para isso, tratamos da divulgação nas redes sociais e com cartazes pela faculdade, colocamos stands para adoção de cartas nos três horários de intervalo (manhã, tarde e noite). Tivemos uma comissão pra isso, formada por várias diretorias (Comunicação, Pesquisa & Desenvolvimento, Recursos Humanos e Projetos) mas toda a empresa ajudou a ficar nos stands. 
Este ano tivemos até o Papai Noel, que ajudou a chamar a atenção das pessoas. Além disso, a maior ajuda que temos é dos apoiadores, isto é, outras empresas juniores, projetos de extensão, centros acadêmicos, Atlética, Dafae [Diretório Acadêmico da Faculdade de Engenharia], etc... que também adotam um determinado número de cartinhas.
Neste ano, conseguimos em torno de 300 cartinhas adotadas. Os presentes foram levados para os Correios que fariam a entrega nas casas de cada criança. A única ressalva é que não poderiam ser doados alimentos ou brinquedos usados, apenas brinquedos novos. Foi um projeto extremamente gratificante! Algumas cartinhas eram bem comoventes e para nós, ajudar em um projeto como este é também um presente para nós da RPjr!"

E é por esses motivos que as cartas, consideradas atualmente como objetos raros de estarem em circulação, podem, na época natalina, ganhar uma sobrevida e ajudar muitas crianças a conseguirem ganhar os presentes de Natal. Para encerrar este post, um comercial já antigo dos Correios que mostra, de forma surpreendente (mais no final do filme), a importância do valor emocional das cartas na vida de uma pessoa.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Retrospectiva do ano - Como sair do lugar comum

Por Maíra Masiero

Mais um ano se encerra, e a reflexão que, provavelmente, todo mundo faz nos dias que antecedem a chegada de mais um ano é pensar no que aconteceu neste período que está prestes a se encerrar, tanto no aspecto individual quanto no coletivo. No campo individual, a rede social Facebook criou o Year in Review, um espaço em que é mostrada uma retrospectiva do usuário, com uma estimativa de quantos amigos novos foram feitos, das páginas "curtidas" durante o ano e divulga as principais postagens, segundo critérios da rede.

Até mesmo o Youtube fez linhas do tempo interativas para mostrar os vídeos mais acessados do ano em diversos países, inclusive no Brasil. Divididos por meses, há a opção de especificar um mês determinado (retrocedendo ou avançando no ano) e de assistir aos vídeos originais.



No que diz respeito às mídias tradicionais, praticamente todas as emissoras de televisão se valem das retrospectivas, ou seja, de programas que, num formato mais ou menos padrão, mostram os principais fatos do ano no esporte, na política, na economia, na cultura, nas artes, dentre outros cenários. E como fugir do convencional numa plataforma offline?

Um exemplo, na esfera televisiva, de como se distanciar do formato "padrão" para uma retrospectiva de fatos que se destacaram no ano, foi o da Rede Bandeirantes no ano de 2012. O humorista Danilo Gentili, apresentador do programa Agora é Tarde, comandou (e foi um dos idealizadores) do especial Os Fatos Espetaculares de 2012, exibido em 18 de dezembro, que se utilizou de uma ferramenta inovadora (para esse tipo de programa) para relembrar acontecimentos marcantes de 2012: um game show entre duplas de artistas.

Uma das perguntas utilizou a intertextualidade: o jornalista Bóris Casoy narrou, em formato noticioso, a descrição de uma música que fez muito sucesso em 2012, e as duplas tinham que acertar qual seria a canção (no caso, a resposta certa era Balada Boa, do Gusttavo Lima). Outras atividades do programa mostravam, de forma sarcástica, algumas figuras que ganharam notoriedade nas mídias sociais (como a "grávida de Taubaté", o mascote da Copa do Mundo 2014, dentre outros). A primeira parte deste programa está no vídeo a seguir.



Um fato interessante nessa retrospectiva diferente é que, no último bloco, os "conselheiros" (artistas que, quando acionados, ajudavam as duplas a responder as questões, que valeriam a metade nessa condição) brincaram de amigo secreto com pessoas que foram destaque em 2012.

As duas primeiras pessoas foram respondidas com facilidade, porém o nome de Felipe Kitadai, judoca brasileiro bronze na Olimpíada de Londres (há menos de seis meses atrás) que teve de pegar outra medalha após quebrá-la no banheiro, não foi lembrado pelos artistas, o que mostra que, em tese, muitos medalhistas olímpicos do Brasil são esquecidos com facilidade pela falta de valorização, a longo prazo, de suas conquistas.

Enfim, fazer uma releitura do ano, seja no aspecto individual ou no coletivo, é muito importante para festejar os acertos e entender os erros, para consertá-los no próximo ano que se sucede. E a esfera comunicacional precisa perceber esta tradição e não deixá-la apenas como algo corriqueiro (e até mecânico) de se fazer, mas reafirmar a importância desta revisão de vida no final do ano.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A moda das vending machines no cenário publicitário

Por Maíra Masiero

Muitas vezes, são vistas, em estabelecimentos comerciais e em ruas movimentadas das grandes cidades, máquinas de venda de salgadinhos, refrigerantes, chocolates, pequenos brinquedos, entre outros, as chamadas vending machines. Na tradução literal - do inglês para o português -, uma definição formal para elas seria: uma máquina de venda automática, sem a intervenção de atendentes, em que são distribuídos alimentos, bebidas, brindes, presentes, entre outros objetos, com a condição de satisfazer uma ordem (seja de colocar uma ficha ou de realizar algum "desejo" da máquina).

De acordo com uma matéria publicada no site Novo Negócio, essas máquinas começaram a se popularizar no Brasil graças a vários fatores: pela valorização do Real, pelo possível uso das moedas, pelo processo de operação simples e automático, pela praticidade e pela localização estratégica dos equipamentos. Com essas vantagens, ter uma vending machine torna-se uma estratégia a ser levada em consideração para quem anseia possuir o seu próprio negócio.

Nos últimos meses, porém, vê-se o fato dessas máquinas serem usadas com frequência também na publicidade, em ações que possuem, como prioridade, um relacionamento mais ativo com os consumidores, ao invés de apenas distribuir produtos da marca.

Uma das grandes propulsoras desta tendência é a Coca-Cola, com a sua famosa "máquina da felicidade", tanto com o sabor original (a máquina, inclusive, também foi montada no Brasil), quanto com a versão Zero que, além de promover a própria marca Coca-Cola, não se limita ao seu funcionamento normal de apenas distribuir refrigerantes: ela desafia os receptores a, numa estação de trem, correr até determinado lugar para conseguir ingressos exclusivos para o filme “007 – Operação Skyfall”, passando por diversos obstáculos.



Mas nem sempre as vending machines conseguem o sucesso esperado, por conta de vários fatores, como a falta de estratégia e a colocação de produtos, no mínimo, incomuns para este equipamento. Um exemplo está na Califórnia, em que uma empresa ofereceu caviar, trufas, escargots e óleos nessas máquinas, com preços que variavam entre US$ 50 a US$ 500. Alguns depoimentos diziam que o preço dos produtos era muito caro, incompatível com seu potencial de consumo.

Enfim, a instalação de uma máquina de venda, se bem planejada e contando com uma interação constante entre emissores e receptores, pode ser considerada uma boa estratégia de ativação da marca e de impacto nas mídias tradicionais e na esfera on-line, a fim de atingir os públicos-alvo.

Para encerrar este post, a empresa Kraft Food realizou, no ano passado, uma ação interativa para promover o Mini Bis, envolvendo as vending machines, porém não somente com a distribuição de brindes e de amostras do produto, mas também realizando uma "pegadinha" com os consumidores: as máquinas (que eram, na realidade, pessoas fantasiadas) se mexem quando alguém se aproxima para comprar o produto. Como o mote da propaganda era "Desconfie de todos", era como se a máquina ficasse receosa de oferecer o produto ao cliente. O vídeo a seguir mostra as diversas reações das pessoas que foram impactadas com esta ação de Bis.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Em pleno século XXI, Carrefour abandona e-commerce

Por Manoel Marcondes Neto



Um informe de 1/4 de página de jornal intitulado "Grupo Carrefour comunica" deu conta de que o Carrefour "suspendeu, em 7 de dezembro, suas atividades de e-commerce".

Um espanto!

Alegando que a medida seria consequência de um plano de reestruturação adotado dois anos antes, o informe acrescentava o seguinte bla'-bla'-bla': "o posicionamento estratégico do Carrefour perante o crescimento da nova classe média; além do desenvolvimento de novos formatos para atender o mercado local...", para encerrar, melancolicamente, prometendo que honraria "todas as entregas de produtos referentes às compras realizadas no site, bem como demais suportes que seus clientes venham a precisar".

Bem, eu estou mesmo precisando de um suporte para TV de plasma de 70 polegadas...

Como é que é?

Então, segundo o Carrefour, a "crescente" nova classe média não usa internet para comprar. Entendi certo? E "novos formatos", nesse caso, são quais? Caderneta de anotações como as da velha mercearia de bairro? Fio do bigode? Tambores para "atender o mercado local"? Sinais de fumaça? Come on, Carrefour, conta outra!

De volta para o... passado.

Abandonar a plataforma digital de vendas em pleno século XXI, quando crianças de 2 anos manipulam tablets, a padaria da esquina tem call center e compra-se flores - vivas - para entrega noutro continente, parece - e é - uma derrota.

E parece também, até, que a operação brasileira do Carrefour confiou nos planos de fusão com o rival Casino via proposta amalucada do ex-controlador do Pão de Açucar. Deu nisso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

E o meu amigo secreto é...

Por Maíra Masiero

Neste período final do ano, provavelmente todo mundo já participou, pelo menos uma vez na vida, de um amigo secreto (ou amigo oculto, dependendo da região), em que grupos de amigos se reúnem, sorteiam - cada um - um nome entre eles e, sem contar quem tiraram, compram uma lembrança, marcam uma data para a revelação de "quem tirou quem", para festejar o encerramento de mais um ano e para se divertir com as pessoas com quem se convive durante muito tempo.



Tirando (ou não) a parte engraçada (e constrangedora, às vezes, como mostrou a esquete anterior) de participar de um amigo secreto, pode-se ver esta ação por duas vias não excludentes: a primeira está no objetivo de integrar as pessoas, fazendo com que elas conheçam (ou se aproximem mais) de seus colegas de trabalho, equipe, escola, entre outros, acarretando com a melhoria do relacionamento entre as pessoas, sendo, assim, uma ação de Relações Públicas.

Porém, como todo ato profissional, é importante discernir o que se deve e o que não se deve fazer nesta comemoração. De acordo com Romaly de Carvalho, professora de etiqueta empresarial da Fundação Getúlio Vargas e Licia Egger, consultora de imagem e etiqueta corporativa, numa entrevista ao Portal Exame, 8 pontos são importantes para se considerar neste evento, para manter intacta a imagem do colaborador diante de seus pares, inferiores e superiores:

"1 - Os presentes não podem ser muito pessoais, a ponto do colega de trabalho ganhar roupas íntimas e ter que mostrar para todos os participantes. (...)
2 - Planeje a compra de forma que o seu amigo secreto possa mostrar, até mesmo, para o chefe, o que você comprou.
3 - Não fazer repasse de presentes.

4 - O presente pode ser simples, mas necessariamente deve mostrar o quanto o profissional se dedicou para escolher. Os clássicos “vale presentes” podem ser soluções práticas nessas horas, mas mostra que você não procurou saber o que a pessoa gostaria mesmo de ganhar.
(...)
5 - Seu amigo secreto é o chefe? Não caia na tentação de impressionar comprando um presente com um valor além do limite do preço estabelecido. Tente agradar sendo criativo.
6 - Cuidado com as palavras durante a troca de presentes. Começar a descrição do amigo secreto fazendo observações negativas ou que você considera engraçadas pode deixar as pessoas constrangidas. (...)
7 - Se você tem ódio profundo da pessoa que você saiu no sorteio, trocar com um colega mais próximo pode ser uma boa solução. Mas, talvez seja uma boa oportunidade para mudar de opinião sobre aquele colega.
8 - Evite verbalizar o que você achou da festa ou dos presentes que você não gostou. É um evento corporativo e reclamações ou piadas sem fundamento não são bem vistas. (...)"


A outra via que o amigo secreto pode se colocar numa empresa é utilizar essa já tradicional ocasião para promover marcas e iniciativas. Neste ano de 2012, a empresa Continental, para promover os produtos da marca, criou uma espécie de amigo secreto no Facebook: a ação "Renove o seu Amigo Secreto neste Natal", um aplicativo que sorteia uma pessoa da lista de amigos para que o usuário a desenhe e divulgue o resultado na sua linha do tempo. O autor do melhor desenho ganha um refrigerador, um fogão cinco bocas, um micro-ondas, uma adega para oito garrafas e uma lavadora.

Um exemplo de quem se utilizou desta prática para abrir um novo negócio e ser bem sucedido são os idealizadores do site Amigo Secreto, criado em 2002. De acordo com uma matéria postada pela própria equipe da página, durante um amigo secreto de uma das empresas dos criadores do site, a mesma pessoa tirou a si mesma por várias vezes seguidas e, como a equipe trabalha com tecnologia da informação, um sorteio digital foi criado, com cadastro, interface e avisos por e-mail para a pessoa saber quem tirou na brincadeira. Assim, descobriu-se que isso poderia resolver o problema de outras pessoas e, em 2002, nasceu a primeira versão do site Amigo Secreto.

Ainda de acordo com informações disponibilizadas na página, só em 2011, foram trocadas mais de 7,6 milhões de mensagens (diretas, anônimas e no mural de recados) e mais de 1,2 milhão de usuários participaram de aproximadamente 126 mil confraternizações, um crescimento de 43% em relação a 2010.

Pode-se ver, nestes exemplos, que um amigo secreto pode ir além do suspense durante este período e da troca de presentes no final, e se tornar uma ferramenta importante para a integração entre as pessoas e para atrair - e fidelizar - mais clientes às marcas.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Comunicação e valorização da cultura - Frevo como patrimônio imaterial da humanidade

Por Maíra Masiero

Valorizar e incentivar a disseminação da cultura e tradições locais tornam-se iniciativas importantes para o âmbito comunicacional, com os objetivos de preservação de elementos do passado - aliados aos da contemporaneidade - e, consequentemente, um aumento no número de turistas a um determinado local e um giro maior na economia local.

O Brasil está repleto de manifestações culturais em todas as regiões do país, até mesmo por sua extensão territorial privilegiada e pela diversidade dos indivíduos que compõem, culturalmente, o país por muitos séculos. E uma dessas formas é o frevo, ritmo do carnaval do Recife que foi eleito, no último dia 5 de dezembro de 2012, patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

A notícia veiculada pelo site da revista Veja traz a definição da própria Unesco sobre o que é considerado patrimônio cultural imaterial: é algo que "faz referência às práticas, representações, expressões, aos conhecimentos e ao saber transmitidos de geração em geração no seio de uma comunidade, criados para transformar (...) a interação entre a natureza e a história".

Portanto, de acordo com o conceito dado, é relevante a importância da comunicação na transmissão das tradições e expressões locais de geração a geração. Mas como surgiu o frevo e como ele se consolidou nacionalmente? Várias fontes, como o site do Galo da Madrugada, afirmam que o ritmo surgiu efetivamente no final do século XIX, a partir dos movimentos da capoeira. Desde então, o ritmo foi se aperfeiçoando com o passar do tempo e mobilizando pessoas de diversas classes sociais ao redor do Brasil e do mundo.

Pode-se dizer que uma de suas melodias mais conhecidas é o Frevo das Vassourinhas, composto por Matias da Rocha e gravado originalmente pela Orquestra Tabajara de Severino Araújo, lançado pela Continental entre outubro e dezembro de 1949. A seguir, a versão original da música que ressoa nos carnavais de Recife e de todo o Brasil.



Um ritmo tradicional e contagiante como o frevo possui vários atributos para elevar o potencial turístico e cultural de seu lugar de origem: a capital pernambucana. Em artigo publicado na coluna Rede Gestão, no dia 27 de abril de 2012, antes de conquistar esse título, a consultora Sílvia Gusmão já alertava sobre o potencial tradicional e mercadológico do frevo, a fim de projetar a imagem de Pernambuco para o mundo.

"O título da Unesco certamente dará ainda mais visibilidade ao Estado, transformando o frevo, um dos símbolos mais representativos da nossa cultura tanto na música como na dança, em um produto de grande valor.
O desafio para profissionais, empresas, organizações e para o próprio Estado será trabalhar adequadamente essa manifestação cultural, aproveitando todo o seu potencial de geração de negócios, renda e riqueza. Em outras palavras, profissionalizar o frevo, como os cariocas fazem tão bem com o samba e os baianos com a axé music. [...] O próprio frevo passa por um momento de celebração, com a abertura, ainda este ano, do Paço do Frevo, no Recife Antigo, um museu inteiramente dedicado ao ritmo."


Enfim, projetar essa representação cultural, respeitando as tradições e mostrando vertentes de forma moderna, como no caso do frevo recifense, se torna uma missão importante para os comunicólogos. Uma dessas tentativas é a dança feita pelo mascote oficial da Copa do Mundo 2014 (em que Recife será uma das cidades-sede), numa promoção da Coca Cola, que encerra este post.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

#02dez é todo dia! - Dia Nacional das Relações Públicas

Por Maíra Masiero

Hoje é um dia especial. Além de esta ser a postagem de número 300 do RPitacos, ontem foi comemorado o Dia Nacional das Relações Públicas, em homenagem ao primeiro profissional e patrono desta área no Brasil, o engenheiro Eduardo Pinheiro Lobo, que nasceu no dia 2 de dezembro de 1876 e implantou o primeiro departamento de Relações Públicas no Brasil em 1914.

Segundo o site do CONFERP (Conselho Federal dos Profissionais de Relações Públicas), a Lei que instituiu esta data específica para a profissão data de 14 de junho de 1984, em meio a um período de transição entre o regime militar e a redemocratização brasileira.

Mas por que foi dito, no começo, que "hoje é um dia especial", sendo que a comemoração foi ontem, dia 02 de dezembro? Pois bem, assim como é falado em várias datas importantes (e considerado, por muitos, como um clichê), pode-se dizer que o dia das Relações Públicas é todo dia! E isso sem supervalorizar a profissão, nem menosprezá-la, mas sim colocá-la na sua devida importância e valorizar as funções e o trabalho realizado.

Aliás, neste ano de 2012, o Dia das Relações Públicas foi comemorado num domingo, e isso foi um desafio, pelo menos no campo de divulgação. Por que? Segundo dados da Scup, o primeiro dia da semana possui um dos mais baixos índices de porcentagens de postagens e comentários na rede social Facebook e é um dia em que, geralmente, muitas pessoas deixam de acessar as redes por um tempo maior.

Porém, o relações-públicas possui esta capacidade de gerenciar informações e de propagar ideias com um olhar diferenciado e apto e envolver, mesmo num dia, teoricamente, "difícil" de se comunicar algo pelas mídias sociais.

Por isso, esse profissional merece comemorar muito nesse dia - ou melhor, nessa semana - e refletir sobre em que pontos precisa melhorar sua atuação e sua vivência na área comunicacional, descondicionando o olhar unidirecional e voltando-se para as mais diversas subáreas da Comunicação e para as outras áreas do Conhecimento que se relacionam com a profissão, a fim de tornar o profissional mais completo.

PARABÉNS a nós, relações-públicas! Esta é a homenagem (e o incentivo) do blog RPitacos, desde junho de 2010 RPensando o mundo!